Vulcão Dourado de Amor Divino - Com você para Sempre


Com Você
para
Sempre

yugayitam nimesena
caksusa pravrsayitam
sunyaitam jagat sarvam
govinda-virahena me

Tradução

"Ó Govinda!
O mundo está vazio sem Você.
Lágrimas inundam meus olhos
como torrentes de chuva,
e um momento
parece eterno".
Iluminação
Esse verso algumas vezes é traduzido: "Ó Govinda, sem Você, um momento parece como doze anos ou mais". A palavra yuga é traduzida algumas vezes como "doze anos". Alguns devotos dizem que isso se deve pelo fato de Mahaprabhu ter experimentado a mais intensa separação de Krishna no humor de Radharani, por doze anos. O dicionário sânscrito afirma que uma yuga quer dizer doze anos. Esse é um conceito. Outro significado é "milênio" ou "era". Uma yuga também pode significar uma quantidade ilimitada de tempo.
Sri Chaitanya Mahaprabhu diz: "Um momento parece ser um período de tempo ilimitado. E meus olhos derramam lágrimas como se fosse chuva. A estação das chuvas causa tantas enchentes, e agora parece que Meus olhos estão inundados. O visível fica invisível para Mim. Estou tão alienado do presente ambiente que não vejo mais nada. Minha mente sente interiormente tanta atração pelo centro do infinito que não vejo nada onde quer que direcione Meu olhar. Tudo parece vazio, porque sinto como se Govinda tivesse Se afastado de Mim".
Sri Krishna - A Realidade, O Belo
"Tal sentimento peculiar está dentro de Mim - não tenho interesse em mais nada. Todo meu interesse está direcionado a Govinda, e com tamanha intensidade que Me sinto um estranho em Meu atual meio ambiente. Não tenho nada: nenhuma consciência. Ela foi para algum outro lugar - em direção ao infinito. Todos os rios e lagos secam quando advém a seca. A água é direcionada ao reino gasoso. Não se vê uma gota de água em nenhum lugar. É algo assim. Toda atração é retirada tão extensivamente que tudo fica vazio. Meus sentidos, mente, e tudo mais, foram absorvidos, atraídos pela toda atraente, toda encantadora, toda doce Personalidade de Deus, Sri Krishna, a Realidade, o Belo".
Às vezes, o vão entre união e separação parece ser de muitos milênios. O devoto pensa: "Faz muito, muito tempo que perdi a consciência do encontro com Krishna". Ele tem uma vaga lembrança: "Tive alguma união com Krishna, mas a deixei tanto tempo atrás, tão distante, que parece ser um espaço de tempo ilimitado. Tive uma vaga recordação certa vez, mas agora se foi, talvez para sempre". Ele sente esse alto nível de desapontamento e desespero.
Esse é o padrão do mundo infinito. O temperamento transcendental se mede aqui do mesmo modo como se mede a distância entre planetas e estrelas através de anos luz. Quanta audácia a nossa de lidarmos com coisas tão grandiosas e além de nossa jurisdição!
Primeiro o devoto pensava: "Meu coração ficará satisfeito se eu for elevado a esse padrão de serviço. Minha sede será satisfeita, e sentirei algum alívio e satisfação dentro de mim". Mas o desenvolvimento de sua devoção o levou a um plano de vida inesperado. A natureza do amor divino faz com que um paciente ansioso pense que está curado ao tomar uma gota desse remédio, mas acaba levado a uma situação perigosa.
Ele pensa: "Fiquei encantado ao ver os devotos a derramar lágrimas incessantemente, com os cabelos do corpo arrepiados, e suas vozes embargadas enquanto cantam o nome de Krishna. Esses sintomas me atraíram e achei que sentiria verdadeira satisfação se os conseguisse, mas o que encontrei quando alcancei esse plano? Justo o oposto".
Ele se sente desesperado ao entrar em contato real com o infinito. Ele pensa: "Não há limite para o progresso. Ao contrário, quanto mais eu entro em contato íntimo com o infinito, mais eu sinto desespero". Aumentamos a percepção de como é ilimitado quanto mais avançamos, e ao perceber o ilimitado ficamos desesperados sem poder voltar atrás. Não há possibilidade de voltar atrás; só podemos ir adiante. Esse é o espírito do devoto genuíno.
Não podemos sair - ficamos desesperados ao perceber a característica infinita de nossa expectativa, e pensamos: "O tipo de néctar supremo está bem diante de mim, mas não consigo saboreá-lo - sou incapaz de tocá-lo ou pegá-lo em minhas mãos. Mesmo assim, seu encanto é tão grande que não posso evitar seu envolvimento. E sem ele, um pequeno espaço de tempo parece ser milhões de anos".
Rios de Lágrimas
O devoto pensa: "Oh! Passaram-se muitas e muitas eras; ainda assim estou carente! Tento a satisfação, mas não consigo, e o tempo passa. O tempo também é infinito. Tantos rios de lágrimas nascem de meus olhos; lágrimas escorrem profusamente de meus olhos para o corpo, mas não vejo, em meu alcance, a posição de sucesso. Minha mente está totalmente vazia. Não detecto nenhum vestígio do meu futuro. Não me encanto mais e nem sinto atração por nada mais que possa consolar este corpo doente".
"Não vejo possibilidade de alívio de nenhuma outra parte. Todas as alternativas foram eliminadas. Estou totalmente preso nas garras da consciência de Krishna e no amor por Krishna. Se existir alguém que possa me consolar, ajude-me! Estou perdido. Estou desamparado. Se existir alguém que possa me ajudar, por favor, venha me salvar".
Chaitanya Mahaprabhu diz que, quando estamos profundamente situados em amor por Krishna, não podemos abandoná-Lo, mas nossa sede aumenta e não sentimos satisfação. Estamos em meio a tal situação aparentemente horrível.
O anseio por Krishna que desperta na mente toma essa direção. Quando o devoto entra realmente em contato com Krishna, sua posição será todo-eliminante e todo-exclusiva. Sua concentração plena será em Krishna.
Sri Chaitanya Mahaprabhu descreve nesse verso como o devoto avança, desperta um conceito superior de Krishna, e então, sente esse tipo de separação ao ver Krishna diante de si sem poder obtê-Lo. Quanto mais avança, mais se sente nessa posição de desespero. O conselho principal de Sri Chaitanya Mahaprabhu nos ajuda a nos adaptarmos a esse humor intenso de separação. Ele nos diz: "Irá se perder na consciência de Krishna. E qual será sua situação? É uma gota e será atirado no oceano de amor divino".